Postado originalmente por
SuperBomber3000
A situação de Campinas é um pouco diferente da dos demais polos, já que a dublagem lá tem raízes na própria dublagem de São Paulo capital.
Se não fosse o curso da Dubrasil (sim, vocês não leram errado) e a existência da ArtWay Filmes (antigo Belas Artes), o mercado de dublagem em Campinas provavelmente não existiria hoje.
Não acho Belo Horizonte muito pior que Campinas. Na verdade o nível ainda é inferior, mas é mais próximo do que Curitiba por exemplo; esse sim, um polo de dublagem que beira o semi-amadorismo.
Belo Horizonte é um dos polos de dublagem mais antigos fora do eixo RJ-SP, eles tem uns pelo menos 15 anos de existência, só que nunca foram tão aproveitados e sempre pegaram trabalhos muito pequenos e obscuros, com poucas exceções como o anime Shin Mazinger Z, e a dublagem de MadMen feita pra TV Cultura.
Fora do eixo RJ-SP, Porto Alegre é outro polo que merece algum destaque, já que por lá eles já gravaram uma vasta quantidade de jogos (muitas vezes essas dublagens eram confundidas erroneamente com Miami).
Inclusive a Kiko Ferraz Estúdios já fez vários trabalhos em parceria com a Maximal e pra Sérgio Moreno Filmes/Synthesis pra dublagens de jogos. Alguns desses inclusive estão catalogados no Dublapédia.
Eu tenho uma visão parecida, mas acho que os distribuidores também deveriam ser cautelosos na hora de escolher um estúdio ou polo de dublagem. Não vejo problemas em dublar um documentário em Curitiba, mas mandar pra lá um anime famoso como a atrocidade que fizeram com A.I.C.O. Incarnation por exemplo foi uma péssima decisão.
O exemplo mais famoso é a SDI com a chuva de dublagens de animes em Campinas. Não tem problema Campinas pegar um Kuromukuro ou um outro título pequeno de vez em quando, mas eles (SDI/Netflix) simplesmente mandaram Devilman, Violet Evergarden e todos os outros títulos deles pra Campinas sem critério algum. Foi uma irresponsabilidade tremenda e falta de conhecimento do mercado brasileiro como ele é estruturado.
Pelo menos, ao que parece, a SDI tá usando agora também a Atma Entretenimento em São Paulo, o que volta a trazer qualidade periódica para as dublagens deles depois que pararam de trabalhar com a TV Group, com a Doublesound e com a Centauro. Vide Hot Streets e YuGiOh Vrains.
Sendo justo, alguns estúdios não recebem trabalho ao ponto de conseguirem melhorar, como BH em que muita pouca coisa é dublada de fato. E em outros, como Campinas, as distribuidoras perdem a noção e saturam as casas de lá sem critério algum, como a SDI Media têm feito com a Dubbing Company.
O mercado tende a ajustar as coisas, mas é importante que os consumidores também reclamem, pra que as distribuidoras e produtoras entendam o recado do público e criem critério na hora de escolher seus estúdios.