a Alessandra dubla a uns 4, 5 anos; a voz dela lembra um pouco a da Alessandra Araújo
https://www.youtube.com/watch?v=gUGy638IakM
Infelizmente, os locutores estão invadindo a dublagem cada dia mais, antigamente o locutor só fazia a locução pro estúdio, nem se quer ousava dublar, vide o Ricardo Mariano, com aquela voz trovejante, acho que não fazia nem vozerio. Quem dublava eram os atores, em sua maioria com experiência de interpretação no rádio, no teatro, e até mesmo na televisão. E até mesmo os caras que faziam locução, quando dublavam faziam um trabalho de bastante qualidade, em termos de expressividade, de interpretação mesmo. Não tenho nada contra os locutores em si, mas quem não sabe atuar, vai saber dublar como?
Mudando de assunto, teve um cara que fez uma página uma vez de como seria o fórum nos anos 80, ehehe, e aí tavam discutindo lá, "vão mudar a voz do Mel Gibson em Mad Max, não será o Newton Da Matta!!!", enfim, e aí tinha um membro, "que nada, a dublagem de hoje é uma mer**, bom era nos tempos da AIC", hehehe, eu acho que eu acabei me transformando nesse membro agora, mas o pior é que eu penso assim mesmo sobre a dublagem, eu acho tudo tão ruim, que não vale nem a pena assistir, e o pior é quando eles redublam uma coisa, principalmente quando você assistia aquilo com tanto prazer, e vem os caras e mudam as vozes, e o pior, os caras são péssimos, tudo que é voz de locutor, e o escambau, os caras tem vozes até interessantes, mas quando chega na hora da inflexão cadê a interpretação.
Toda vez que eu lembro de um dublador de verdade, me vem o Newton Da Matta na cabeça, toda vez que eu me lembro daquela cena do Bruce Willis com o Haley Joel Osment no filme O Sexto Sentido, eu digo, sim, isso que é uma interpretação, isso é o que todos deveriam fazer. O Newton interpreta daquele jeito americano mesmo, ou seja com aquele, externalizando somente as emoções estritamente necessárias, isso é perfeito, não tem como dizer que aquilo tá ruim, acho que até os caras não curtem dublagem, já assistiram e gostam do Newton Da Matta fazendo o Bruce Willis. Naquela cena, especificamente, a voz do Newton Da Matta interpreta por si só toda a cena. Seria possível ver tudo aquilo, com os olhos fechados porque o Newton dá a cada palavra um interpretação precisa. Eu acho que tem momento que ele diz "Não posso te ajudar", você sente ali o extremo pesar que ele tem naquela situação, e é tão incrível, porque interpretação é tão precisa que não está somente nas palavras, mas na entonação de cada sílaba emitida, os "erres" são emitidos com uma perfeição incrível em termos fonéticos, mas cada vez ouço, vejo que aquele "r" que ele emitiu com a voz está milimetricamente interpretado, tem ali expressividade, tem emoção. Sei lá, é isso que eu penso que a maior parte dos dubladores deveria fazer, interpretar, empregar a alma naquele trabalho, infelizmente, o que ouço hoje é um monte gente, que não se entrega que faz aquilo por fazer, isso não dá gente, quem se acostumou a ouvir isso, a ver esse tipo interpretação, não pode aceitar esse tipo de interpretação "falso-self", porque nem interpretação é. Bom é isso, fica aqui o meu mais sincero ponto de vista sobre a dublagem atual.
Última edição por taz; 10/01/16 às 23:22.
Desculpe SuperBomber3000, mas você me interpretou mal, não quis dizer que um locutor não saiba necessariamente dublar, existem locutores que sabem dublar e são espetaculares, e cantores também, não estou fazendo isso uma exigência para que o cara saiba, o que eu vejo que ocorre hoje em dia, não obrigatoriamente, é que o cara que é locutor tá vindo pro mercado sem saber atuar direito, é isso que eu quero dizer, tem meio mundo de dublador hoje que veio da locução e que não sabe interpretar, de acordo com o que eu entendo que é adequado, essa é a minha visão a respeito do assunto, não estou dizendo que todo mundo que é locutor, cantor, não sabe dublar, não é isso, se foi isso que eu escrevi, não foi isso que eu quis dizer, se foi isso que você interpretou, você se enganou.
Eu conheço locutores que dão "aula" em termos de interpretação, um exemplo disso é o Jorgeh Ramos, outro que também dá show, ou melhor dava, era o Francisco Borges, também um ator irrepreensível, é o meu dublador favorito em muitos atores, como Burt Lancaster, por exemplo, e outro totalmente diferente o John Candy. Outro locutor que dava aula de dublagem era o Carlos Alberto Vaccari, infelizmente ele teve um problema cerebral seríssimo, que afetou a memória e tudo mais, e ele se esqueceu de como ler, é isso mesmo ele "desaprendeu" a ler, por isso que a única que se viu dele de uns anos pra cá foi ele dizendo "Versão Brasileira BKS". Enfim acho que até o Léo Batista, já dublou seus personagens em faroestes clássicos, pelo que eu já ouvi dizer, além de ter narrado os desenhos do Thor, Hulk e Homem de Ferro nos anos 60, no Rio. Tem outros locutores que eu curto Márcio Seixas, José Santanna, Mauro de Almeida, João Francisco Turelli, uns mais, outros menos, e ainda teve o Ronaldo Baptista, que era um locutor e um ator irrepreensível.
O problema que eu vejo hoje é que tem meio mundo de locutor, e a maioria dos que eu conheço, não são bons atores. Sobre cantores na dublagem, sim sempre houve cantores na dublagem, veja o caso de Marcelo Gastaldi, por exemplo, que é um excelente dublador. E tem um cantor, que eu gosto muito da voz e que hoje não dubla mais, mas faz falta na dublagem, que é o Bruno Miguel, curto muito o trabalho desse cara. Não significa que um cara que é cantor, locutor e dublador não saiba cumprir as três funções competentemente, mas temos que reconhecer, que esse tipo de coisa não é para todo mundo. Inclusive, até o próprio Jorgeh Ramos, reconheceu a entrevista, que em termos de interpretação a dublagem perdeu e muito, pelo que ela já foi um dia, infelizmente. E isso obviamente não é "culpa" dos locutores, dos cantores, enfim, nem mesmo dos dubladores, os tempos mudaram, e o hoje as coisas são assim, eu tenho dificuldade para aceitar isso, mas é isso que acontece, e eu não posso fazer nada, a não ser pregar no deserto como um louco, tentando alertar as pessoas sobre um fato consumado, o que não faz sentido, pois não tem volta. É assim que vejo as coisas, respeito a tua opinião, peço e exijo a mesma reciprocidade, porque tenho o direito e sobretudo o dever de fazê-lo.