1. Olha, entendo que possa ser dito que não é exatamente a mesma coisa que a dublagem de um filme, que, vinho de qualquer outro país, chega para ser distribuído no Brasil. Existe a evidente distinção de se tratar de um filme inteiramente rodado no Brasil e com elenco de maioria brasileira. Soma-se a isso, o fato de que era comum as dublagens de filmes nacionais, visto que era complicada a captação de som direto. Mas O Beijo da Mulher Aranha é um filme inteiramente rodado em inglês e, dessa forma, foi feito para, justamente, melhor penetrar no mercado internacional. Note que a produção é de David Weisman, o roteiro de Leonard Schrader e que o filme estreou antes nos Estados Unidos, sob a distribuição da Island Pictures. A primeira projeção da película foi no Festival de Cannes em maio de 1985; em julho do mesmo ano, já entraria pro circuito comercial norte-americano. Só em março de 1986 a Embrafilme passaria a fazer a exibição no Brasil. Note como é complicado: é um filme norte-americano ou brasileiro? Híbrido como é em sua nacionalidade, o filme chegou para ser dublado no Brasil. Dublado: teve a faixa de som referente às falas substituída por outra. Exatamente o mesmo procedimento que se fazia nos filmes brasileiros que não obtinham bom resultado na captação de som direto. Dublado, oras. Ou vai dizer que José Mojica Marins não foi dublado por Paulo César Peréio em O Profeta Fome? Ou que Pelé não foi dublado por Milton Gonçalves em Pedro Mico? Ou Sérgio Reis não foi dublado por Marcos Miranda em Menino da Porteira? Em O Beijo da Mulher Aranha, há um agravante: na substituição de faixa de som referente às falas, era preciso traduzir. Além do texto (do verbal), era preciso imprimir uma interpretação, uma performance, sentimentos genuinamente brasileiros, mas que equivalessem aos pronunciados em inglês. Em alguns casos, os mesmos atores devem ter se dublado, e como isso descaracterizaria o processo? Rodrigo Santoro dublando a si mesmo em 300 faz com que não seja uma dublagem? Ou Wagner Moura e Alice Braga em Elysium? Não entendo. É uma dublagem, oras. Eleu Salvador dublou Joe Kantor, que não era nascido brasileiro (era russo), mas escolheu viver no Brasil depois da Segunda Grande Guerra e foi figura presente no cinema e no teatro. Por fim, não tenho certeza se o processo de dublagem foi realizado pela Globo para o VHS e as posteriores exibições televisas ou se foi anterior.
[Atualização]: Acabo de conferir no acervo digital da Folha de São Paulo. O Beijo da Mulher Aranha estreou nos Estados Unidos, de fato, em julho de 1985; mas sua estreia no Brasil ocorreu no dia 13 de março (e não abril) de 1986. Segundo consta, a película estreou em nove salas de cinema e uma delas exibia o filme "falado em português". Ou seja, a dublagem foi um procedimento pensado para, inclusive, a distribuição em cinema. Curiosamente, a Globo Vídeo já anunciava na data de lançamento aos cinemas brasileiros que o filme estaria no seu catálogo de VHS. Primeiro lançaram uma versão dublada, em seguida legendada.
2. Não, Raúl Juliá não poderia ter dublado a si mesmo em O Beijo da Mulher-Aranha. Apesar de ter nascido em Porto Rico, e, portanto, ter o espanhol como língua-mãe, ele não era fluente na língua portuguesa. Talvez pudesse ter uma boa percepção auditiva e uma boa comunicabilidade, mas, sem a menor sombra de dúvida, Juliá não teria condições de se dublar em português. Veja os vídeos e procure pelo filme, vais ver que a interpretação que o dublador de Raúl Juliá dá é de quem possui uma fluência absurda no idioma, ao ponto de podermos reconhecer como falante nato. Não tenho dúvidas de que ele tivesse uma boa relação com o Brasil e com a cultura brasileira, a própria história da produção indica um interesse agudo em Babenco, em Manuel Puig, no Brasil - afinal, Hurt e Juliá, assim como o diretor e o produtor, trabalharam no filme sem salário, aguardando o retorno com a bilheteria. Além disso, Juliá voltaria a contracenar com Sônia Braga (além de José Lewgoy e Milton Gonçalves) em Luar sobre o Parador (Moon over Parador), filme dirigido por Paul Mazursky no ano de 1988, e em Rookie, um Profissional do Perigo, lançado em 1990, sob a direção de Clint Eastwood. Além disso, em 1994, Raul Juliá fez o filme televisivo Amazônia em Chamas (The Burning Season), de direção de John Frankenheimer, onde interpretou o seringueiro Chico Mendes, símbolo da luta pela preservação da floresta. Enfim, é óbvio que ele tinha uma boa relação com o Brasil; afinal, estamos na América Latina e ele era "apenas um rapaz latino americano". No entanto, não tenha dúvidas: ele não se dublou em O Beijo da Mulher Aranha.
Alguém reconhece essa voz interna nos Simpsons? Seria Marco Ribeiro?
https://m.youtube.com/watch?v=GlKvFTYdZ0g
0:10
Alguém me ajuda a reconhecer a voz do Rosso, o personagem por trás da câmera nessa cena de REC2 (apartir de 0:50 segundos):
Gente, eu vi um pouco do filme animado "Cegonhas - A história que não te contaram", onde a Tess Amorim faz heroína principal Tulipa, e me surgiu uma dúvida: será q foi ela msm quem dublou a Candice de "Pokémon" (além de fazer outras participações durante a Saga Diamante & Pérola)? Comparando as vozes a partir de alguns clipes, n me parece ser a msm pessoa:
Tulipa:
https://www.netflix.com/watch/801037...37689%2C%2C%2C
(só pra quem assina Netflix, recomendo a partir de 10:35)
Candice:
https://drive.google.com/file/d/1Biw...ew?usp=sharing
(É a menina cujas tranças desafiam a gravidade )