Iara Riça
24 min ·
Amigas e Amigos Companheiros de Bancada,
Resolvi escrever porque amo Dublagem e gostaria muito que algumas coisas, em nossa profissão, fossem diferentes. Por favor, não vejam isso como uma reclamação ou crítica a ninguém. É apenas um relato de quem torce pelo sucesso da categoria, mas sabe que isso não será possível, se não houver união.
Hoje, vendo o exemplo de São Paulo, em que alguns dubladores de Pokemon estão dando apoio ao dublador Fábio Lucindo, pensei como seria bom se no Rio também fosse assim. Mas não é.
Comecei a dublar em 89 e me apaixonei. Fiz da dublagem minha profissão. No entanto, por não querer conviver com a insegurança de nosso ofício, busquei em outra profissão, a segurança desejada.
Mas continuei a dublar, por amor ao trabalho. No entanto, hoje, eu posso dizer “não”, e digo. Na dublagem, sou trabalhadora autônoma, não tenho vínculo com nenhum estúdio. O valor da hora é o mesmo em todas as empresas, então, o que me faz escolher trabalhar, ou não, em uma empresa são fatores muito mais importantes, como o ambiente de trabalho, por exemplo. Pra mim, é fundamental que eu seja respeitada como profissional. Eu não sou uma “coisa”, eu sou uma pessoa.
Algumas pessoas não entendem como é bom quando a gente se dá valor e, por isso, não entendem a minha forma de agir!
Agora mesmo, decidi não trabalhar mais em uma empresa em que me senti, por duas vezes, tratada como “lixo”. E é claro que não tiveram dificuldade para me substituir. Eu já sabia que seria fácil.
Mas por que é assim?
Somos “frágeis”, não por culpa das empresas, e sim, por atitudes da própria categoria. Quando um dublador substitui outro profissional que, por algum motivo, achou que não devia continuar trabalhando, ele sinaliza para o mercado que nós somos substituíveis. Nós criamos essa cultura..
Eu entendo que o lado financeiro seja importante e que algumas vezes, seja difícil negar uma oportunidade de trabalho, mas não podemos fazer do dinheiro, justificativa para substituir um colega de profissão.
Então, Amigas e Amigos Dubladores, vamos pensar bem no queremos para o nosso futuro. Afinal, aquele que substitui hoje, amanhã, poderá ser substituído!
24 min ·
Amigas e Amigos Companheiros de Bancada,
Resolvi escrever porque amo Dublagem e gostaria muito que algumas coisas, em nossa profissão, fossem diferentes. Por favor, não vejam isso como uma reclamação ou crítica a ninguém. É apenas um relato de quem torce pelo sucesso da categoria, mas sabe que isso não será possível, se não houver união.
Hoje, vendo o exemplo de São Paulo, em que alguns dubladores de Pokemon estão dando apoio ao dublador Fábio Lucindo, pensei como seria bom se no Rio também fosse assim. Mas não é.
Comecei a dublar em 89 e me apaixonei. Fiz da dublagem minha profissão. No entanto, por não querer conviver com a insegurança de nosso ofício, busquei em outra profissão, a segurança desejada.
Mas continuei a dublar, por amor ao trabalho. No entanto, hoje, eu posso dizer “não”, e digo. Na dublagem, sou trabalhadora autônoma, não tenho vínculo com nenhum estúdio. O valor da hora é o mesmo em todas as empresas, então, o que me faz escolher trabalhar, ou não, em uma empresa são fatores muito mais importantes, como o ambiente de trabalho, por exemplo. Pra mim, é fundamental que eu seja respeitada como profissional. Eu não sou uma “coisa”, eu sou uma pessoa.
Algumas pessoas não entendem como é bom quando a gente se dá valor e, por isso, não entendem a minha forma de agir!
Agora mesmo, decidi não trabalhar mais em uma empresa em que me senti, por duas vezes, tratada como “lixo”. E é claro que não tiveram dificuldade para me substituir. Eu já sabia que seria fácil.
Mas por que é assim?
Somos “frágeis”, não por culpa das empresas, e sim, por atitudes da própria categoria. Quando um dublador substitui outro profissional que, por algum motivo, achou que não devia continuar trabalhando, ele sinaliza para o mercado que nós somos substituíveis. Nós criamos essa cultura..
Eu entendo que o lado financeiro seja importante e que algumas vezes, seja difícil negar uma oportunidade de trabalho, mas não podemos fazer do dinheiro, justificativa para substituir um colega de profissão.
Então, Amigas e Amigos Dubladores, vamos pensar bem no queremos para o nosso futuro. Afinal, aquele que substitui hoje, amanhã, poderá ser substituído!