taz Escreveu:Respeito a sua opinião Chris, embora, imagino que vc saiba que eu não concordo totalmente com o que vc diz, e vou tentar explicar o porquê.
Pra ser sincero, na minha opinião, o problema que senti com o AF no papel foi que ficou caricato, de uma forma excessiva. O Pádua foi mais contido. Cada um no seu estilo, e cada qual deu o melhor de si ali, não duvido, os dois são grandes profissionais. A meu ver, comparando as três versões, original e as duas dublagens, o Pádua se aproximou mais do trabalho original. Isso não quer dizer que o AF fique ruim no Connery, mas nesse trabalho especificamente, acho que pecou um pouco, como eu disse, pesou nessa coisa 'caricata'. Já o Milani foi o contrário, no Sean Connery, ele parecia estar sem vontade de fazer o trabalho, sei lá, não teve aquela verdade. A voz dele é a mais parecida com a voz do ator, e ele dublou por muitos anos, quer dizer, não era um cara inexperiente, não consigo compreender o que aconteceu.
Um ator que eu acho que o AF ficava legal era o Donald Sutherland. Outro ator que eu acho que ele dublou muito bem foi o Patrick Stewart. Morgan Freeman idem, e tantos outros. E fico imaginando a voz dele no Cary Grant, acho que seria demais. Em Cabaret, por exemplo, nunca vi o AF no Helmut Griem, mas putz, eu vi no original, e já parecia o André Filho falando.
Perfeitamente, Taz, também respeito sua opinião. Falando especificamente sobre "A Última Cruzada", eu precisaria rever a interpretação do André nesse filme, faz muito tempo que eu vi a dublagem clássica, e a TV paga só exibe a redublagem. Eu gostei do trabalho do Pádua, apesar de ter estranhado um pouco no início (já que as características vocais dele e do Sean são muito diferentes), acho que ele entregou uma atuação muito eficiente, mas é aquele velha história da "escalação certa, na hora certa", funcionou bem nesse papel específico, mas não creio que daria muito certo em outros personagens, que exigissem aquela pose de galã e herói de ação que ele comumente fazia (e nem estou falando do Sean mais jovem, e sim do Sean de "Armadilha" e "A Liga Extraordinária", para dar alguns exemplos), nem mesmo em outro professor que ele fez, William Forrester, que tinha um aspecto e personalidade bem diferentes, mais intimidantes eu diria, papel esse que, na minha opinião, foi defendido com maestria pelo Antônio Moreno (e olha que eu nem gosto muito dele no Connery).
Em relação ao Milani, assisti "Armadilha" esses dias, e senti algo parecido, ele me passou a impressão de não estar conseguindo achar o tom certo para dublar o ator, não sei se por desinteresse, ou por dificuldade de assimilar o estilo do Connery, ou mesmo uma questão de direção, mas o resultado final ficou comprometido. Eu gostava bastante do Milani, acho que foi um ator muito pouco aproveitado na dublagem, mas dava pra ver ele realmente gostava desse ofício, já que, apesar de todos os filmes, novelas e humorísticos da Globo, ele sempre encontrou tempo para dublar, e o fez até o final da vida. Ele apresentou ótimas performances em atores como Tom Selleck, Clint Eastwood (pra mim, uma das vozes mais parecidas com a do Clint, ao lado do Orlando prado), Jack Nicholson e Robert Redford, mas sempre tive a impressão de que ele possuia uma certa dificuldade para desenvolver sua técnica, sincronizar sua voz com a do ator, esse tipo de coisa, talvez justamente por não dublar com tanta frequência.
Pra finalizar, um ator que eu adoraria ter ouvido mais vezes na voz do André era o Vincent Price, acredito que ficaria perfeito.